Quando as mães querem aparecer nas fotos...

Na maioria das famílias a história se repete: a criança nasce e é foto pra lá, foto pra cá. Foto disso, daquilo, assim, assado, dormindo, acordado, descobrindo a mãozinha, alcançando os pés, rindo, fazendo manha, cuspindo a sopa, na pracinha, esmagando a banana, com papai, várias com papai, com o gatinho, o cachorro da vovó, a vovó, o biso, a tia Lu, o dindo, de tudo!! Afinal, ninguém resiste a um bebê e seu poder de encantador de adultos e usurpador de todos os olhares e atenção. E a nossa primeira reação é: clicar!! Ainda mais nos tempos de hoje, com a fotografia ao alcance de um deslizar de dedos. Como celular nosso acesso à fotografia e à memória que ela produz se fez parte do nosso dia a dia, mesmo que a gente não consiga dizer como vai ser nosso acesso, nosso controle e guarda de todas essas imagens. O lance aqui e aí é, vamo clicar!! Esse bebezuco, essa fofínea, essa sapequice!! ♥

Pega o celular!

Compra uma câmera melhor!

Lota o instagram!

Overposting!!

Todo mundo curte, comentar, vários corações...

Mas e a mãe?

A mãe, se não for um selfie, tá atrás das lentes. É no puerpério, na licença maternidade, no caminho pra creche, no primeiro dia de aula, todo ano, pra acompanhar a evolução, na viagem das férias, no passeio de sábado, na casa da vovó, na festa do amiguinho... A mãe tá lá atrás das lentes e na frente quando a malandrinha consegue aquele selfie com filhote/filhota olhando pra câmera também, cheia de boa vontade de sorrir ao invé de sair correndo pra brincar. É missão!! E assim o tempo vai passando e as fotos com a mãe vão virando raridade. Por esse motivo é ela a que mais deseja, na maioria das vezes, os ensaios fotográficos. Ela quer se ver na foto, quer aparecer na fotografia interagindo com seu bebê, quer ver a família toda completa na foto do porta retrato.

Eu já fiz algumas vezes ensaios só de mães e cria. E nem era ensaio de dia das mães!! (Aliás, vou trazer uns lindos que fiz por aí no último dia das mães!) Era só um registro da maternidade mesmo. Da rotina, de um passeio, de um fim de tarde com luz de outono. Exatamente porque essa é uma necessidade real das mães. Elas querem ser retratadas com quem amam e aquem dedicam todas as horas de seus dias. Justíssimo, né?

Construir as memórias impressas das fases dos filhos, poder folhear os álbuns de família lá mais na frente, se rever, se lembrar das brincadeiras, das roupas, dos lugares, das casas que já se teve, dos passeios, daquela carinha que ele/ela só fazia quando tinha aquela idade, do biquinho, da forma como ele/ela pegava em você... tudo que hoje parece inesquecível, mas que a gente provavelmente vai precisar da fotografia pra lembrar quando o tempo passar voando.

É essa a magia da fotografia que me encanta... ser a máquina do tempo, o tempo congelado pra sempre, o afeto eternizado, afinal, " o que vai ficar na fotografia, são os laços invisíveis que havia" . ♥

Ilustrando e respaldando o que eu disse, amor de mãe e filho, amor de Sara e baby Emil. ♥